domingo, fevereiro 25, 2007

Sociedade anónima

Porque andas só?
Porque permaneces com esse olhar perdido no teu horizonte quando te esqueces do meu?
Porque somos plural sem saber ser individual?
Porque somos a consciência de uma solidão constante
Quando o resto do mundo que nos obriga a viver juntos?
Porque necessitamos de ser mais um fósforo, numa caixa apagada
nesta nossa sociedade anónima?

Olha!
Sabes o que sempre ouvi dizer?
Em negócios de amor...nunca se aceitam sócios

"Onde o meu amor me deixou...aí o larguei"


quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Ontem e depois

Nos tempos em que esperava por alguém os dias pareciam mais longos...talvez por isso, porque esperava. Hoje não espero por nada nem por ninguém...aguardo só e apenas, pacientemente por mim.
Tiro um dos últimos cigarros, não te contei, mais ainda guardo escondido um maço, e inspiro aquele momento de poluição, só minha, só para mim. Não o partilho com ninguém, pois se quiser morrer, sei que o farei...sozinha
Assim os dias já me parecem mais curtos...

De mim para mim


sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Até já...

Encontrei-te por acaso, trazias no bolso aquele teu sorriso que me conquistou, e na mala o abraço que me aqueceu em tantas noites de Inverno.
Vi-te por acaso, ao cruzarmos aquela esquina que antigamente contornávamos, a rir, antes de nos separarmos por poucas horas.
Lembro-me que nessa altura um beijo ficava com saudades do outro, e os meu colo saía dali ainda com o teu perfume.
Sabes?! Continuo a deixar o teu lado da cama vazia...sei que o vais ocupar, exactamente naquela noite em que não estiver à tua espera...

Não esperes por mim


quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O jasmim

A Primavera ainda não chegou. Não porque a chuva me tivesse dito, mas porque ainda não me cheira a jasmim.
No dia em que nascer a primeira flor terei a certeza que o sol vai aparecer, e a chuva vai acabar dentro de mim.
Até lá, sento-me na minha cadeira da marquise, abro mais uma págino do meu livro incabado e fico ali, a admirá-lo...

Sob um céu de Lisboa


segunda-feira, fevereiro 12, 2007

Porque sim!

No outro dia encontrei aquela velha caixa de sapatos, dentro dela tinha uma incontável variedade de folhas de blocos coloridos...Na altura que as coleccionava usava botas ortopédicas e fazia colecção de bichos de conta e folhas coloridas. Numa delas (confesso que talvez numa das mais vulgares) encontrei um verso velhinho:

"Gosto de ti porque gosto, gosto de ti porque sim, gosto de ti se disseres, que também gostas de mim"

O cheiro da folha passou, a cor está gasta todavia o verso continua a ter alma e a dizer-me:
O amor naquela altura era também verdadeiro...Um poema não tem prazo de validade e guarda-se sempre dentro de uma caixinha...Tal e qual como no nosso coração

Caixinha de surpresas


Canção de embalar

Quando entra na sala tenho a sensação que entrou uma estrela, tal é a luz com que ilumina todos os recantos. O sorriso é mais forte que um dia quente de Verão, sem sombra e sem dúvida.
Olho pela segunda vez, e o olhar diz-me que é a luz de uma pequena chama que ilumina um interior mais triste: “é uma sombra que vive dentro de mim”… chora …Tal como a pequena criança que vê o brinquedo novo partido, e sente a ausência do abraço do pai, sempre a fugir.
“Eu não brilho, eu finjo que sou o Sol” diz soluçante, enquanto se deita no meu colo para dormir. Sonhos felizes, príncipe…que o teu reinado governe pelo menos nos teus sonhos.

domingo, fevereiro 11, 2007

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Resgate

Hoje aprendi a subtil diferença entre o ser e o estar, entre o ir e o ficar e o ouvir e o escutar.
Hoje cheguei a horas, mas não consegui apanhar aquele eléctrico a quem chamaram de desejo...
Deve ser porque é Inverno e ele só circula no Verão.
Hoje quebrei promessas, olhei o mundo de avessas e levantei voo.
Hoje recebi uma visita e fiz um avião de papel.
Hoje já não chorei, apenas fiquei
Feliz por acordar...

Liberdade condicional


quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Pena Capital

Finalmente hoje
Deixei que meu peito chorasse
Por fim deixei
As lágrimas rolarem e caírem no meu chão
Frio sem ser de Inverno, mas frio de ti
Enevoado o céu escondeu as estrelas
Tu saíste da minha vida e fiquei sem ver

Por mais brilhante que o céu fosse
Aquela lua deixou de brilhar para mim
O meu sol já não aquece
As mãos estão distantes
E já não sinto um corpo quente
Pois saíste daqui
E eu…deixei de sonhar

A minha vida tornou-se insónia
Um espaço vazio
Que não enche nunca
Uma falta de ar e um medo
De não querer viver assim

Espero uma mão quente no meu rosto
os dedos a correr nos meus cabelos
Tudo porque
Tenho sede de ti
Sede de nós
Do amor que inventámos
Nas folhas de dias que construímos

Praia, amor e gelados


quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Vendi a alma

Quando te vi trazias no teu peito as mãos a abraçar um coração triste e vazio.
Deixava-te o passado as marcas de um presente inacabado, e o futuro perguntava-te incerto um poema.
Nadei contigo num rio de lágrimas, e enxuguei-as com o algodão das nuvens onde te fiz viajar.
Caminhei ao teu lado e pintei o teu corpo de carícias, dormi no teu colo e deixei-te aquecer o meu.
Pintei-te um poema, ofereci-te uma flor e deixei-te ir... Não posso prender o amor que quero livre...mesmo que para isso tenha vendido a alma.

Pisei um arco-íris


terça-feira, fevereiro 06, 2007

A Quinta Essência

Estar fora de controle, por querer ou não, é descobrir nas essências a verdadeira essência de quem se conhece desde que o sol lançou o primeiro raio.
Indiferentes ou não, todos nós perdemos , nem que seja por breves minutos, o controlo absoluto sobre as nossas acções. Ora porque nos lançamos nas essências raras, ora porque nos perdemos na nossa própria essência, e aí meus amigos não há espaço para a razão…As emoções saltam em primeiro lugar.
Descobrir este momento em que, por momentos, tudo se solta é descobrir a Lua quando as nuvens se perdem num lugar profundo, é soltar as amarrar de um barco, sem saber se este virá a chegar, ou não, a um porto seguro. É descobrir que a nossa vida é cheia de surpresas plenas, com sabor a sorrisos, penas e mesmo solidão.
Descobrir amigos, fados, espaços concretos ou abstractos e saber que é bom perdermo-nos por vezes com coisas que poderão sempre valer a pena, mesmo que às vezes nos deixem o sabor inquestionável de quem dá o primeiro beijo, faz amor com a pessoa que ama e vê a primeira estrela despontar.

Quebrado em mil pedaços