sexta-feira, fevereiro 09, 2007

Resgate

Hoje aprendi a subtil diferença entre o ser e o estar, entre o ir e o ficar e o ouvir e o escutar.
Hoje cheguei a horas, mas não consegui apanhar aquele eléctrico a quem chamaram de desejo...
Deve ser porque é Inverno e ele só circula no Verão.
Hoje quebrei promessas, olhei o mundo de avessas e levantei voo.
Hoje recebi uma visita e fiz um avião de papel.
Hoje já não chorei, apenas fiquei
Feliz por acordar...

Liberdade condicional


quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Pena Capital

Finalmente hoje
Deixei que meu peito chorasse
Por fim deixei
As lágrimas rolarem e caírem no meu chão
Frio sem ser de Inverno, mas frio de ti
Enevoado o céu escondeu as estrelas
Tu saíste da minha vida e fiquei sem ver

Por mais brilhante que o céu fosse
Aquela lua deixou de brilhar para mim
O meu sol já não aquece
As mãos estão distantes
E já não sinto um corpo quente
Pois saíste daqui
E eu…deixei de sonhar

A minha vida tornou-se insónia
Um espaço vazio
Que não enche nunca
Uma falta de ar e um medo
De não querer viver assim

Espero uma mão quente no meu rosto
os dedos a correr nos meus cabelos
Tudo porque
Tenho sede de ti
Sede de nós
Do amor que inventámos
Nas folhas de dias que construímos

Praia, amor e gelados


quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Vendi a alma

Quando te vi trazias no teu peito as mãos a abraçar um coração triste e vazio.
Deixava-te o passado as marcas de um presente inacabado, e o futuro perguntava-te incerto um poema.
Nadei contigo num rio de lágrimas, e enxuguei-as com o algodão das nuvens onde te fiz viajar.
Caminhei ao teu lado e pintei o teu corpo de carícias, dormi no teu colo e deixei-te aquecer o meu.
Pintei-te um poema, ofereci-te uma flor e deixei-te ir... Não posso prender o amor que quero livre...mesmo que para isso tenha vendido a alma.

Pisei um arco-íris


terça-feira, fevereiro 06, 2007

A Quinta Essência

Estar fora de controle, por querer ou não, é descobrir nas essências a verdadeira essência de quem se conhece desde que o sol lançou o primeiro raio.
Indiferentes ou não, todos nós perdemos , nem que seja por breves minutos, o controlo absoluto sobre as nossas acções. Ora porque nos lançamos nas essências raras, ora porque nos perdemos na nossa própria essência, e aí meus amigos não há espaço para a razão…As emoções saltam em primeiro lugar.
Descobrir este momento em que, por momentos, tudo se solta é descobrir a Lua quando as nuvens se perdem num lugar profundo, é soltar as amarrar de um barco, sem saber se este virá a chegar, ou não, a um porto seguro. É descobrir que a nossa vida é cheia de surpresas plenas, com sabor a sorrisos, penas e mesmo solidão.
Descobrir amigos, fados, espaços concretos ou abstractos e saber que é bom perdermo-nos por vezes com coisas que poderão sempre valer a pena, mesmo que às vezes nos deixem o sabor inquestionável de quem dá o primeiro beijo, faz amor com a pessoa que ama e vê a primeira estrela despontar.

Quebrado em mil pedaços