Na altura em que usava franja e cabelo curto (agora gostava de voltar a pôr a franja, mas nem que viesse o papa cortava os meus longos cabelos naturais, sempre confundidos com extensões pelas invejosas das cabeleireiras) e dava por baixo da cintura à minha mãe (vá...um pouco acima dos joelhos...às vezes ainda gosto de me sentir assim com ela, quando conversamos) passeávamos muito na rua, e a minha mãe teimava em levar-me a um salão de cabeleireiro em Lisboa, que vá lá saber-se o porquê, não gostava nada.
Numa das idas ao baeta, para cortar a franja, eis que entro no salão, aparentemente bem comportada, e a senhora empregada muito simpática prepara-se para me lavar a cabeça. Lembro-vos que naquela altura dezenas de senhoras secavam o cabelo naqueles secadores fixos enormes, faziam mise en plix e punham centenas de rolos...dando ao cabeleireiro uma imagem alienígena totalmente fora da realidade de uma criança de 4 ou cinco anos.
Eis se não quando desato num berreiro, a pedir à minha mãe para me levar dali, pois não queria que me lavassem a cabeça numa sanita e me pusessem a secar o cabelo numa batedeira de bolos...Vá-se entender...as crianças têm razões que a própria razão desconhece...e convenhamos que não estão muito fora da realidade...
5 comentários:
eu não sei o que odiava mais, a ida ao cabeleireiro, ou ter um cabelo enorme e a minha mãe pentear-me durante horas, para me fazer tranças!
também me lembro das tranças...era com cada puxão para desembaraçar os ninhos de ratos :))))))
Acho que a nossa imperfeição começa quando deixamos de lado parte da criatividade que temos em criança! Amei a tua ideia! eheheh
É bem verdade...queremos ser tão grandes por fora, que a nossa verdadeira grandiosidade da espontâneadade se perde :). Obrigada
Tu já na altura eras pinota da cabeça!! sanitas e batedeiras de bolos... ooohh imaginação!!
Ehehe! :D
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