São muitas, algumas já nem me lembro do nome. As minhas antepassadas perdem-se na linha do tempo e por isso lhes peço desculpa. Beatriz, Ema, Maria, Carolina, Catarina, Joaquina,Piedade...algumas que me lembro, ainda trocámos olheres confidências, ou pelo menos ouvi algumas das suas histórias. Corre em todas elas o sangue lusitano, oriundo de Lisboa, Ribatejo, Minho, Raia de Espanha, e até galego...este aqui mais antigo e ibérico.
Venderam fruta, fizeram contrabando de café, choraram com um filho morto nos braços, entre as águas do rio Minho, nessa altura era proibido comprar café e vendê-lo fora de fronteira. Deixaram os filhos com outros filhos, e viajaram pelas terras com os maridos, vendiam peles e castanha e feijão, e com olhos azuis e verdes, e cabelos negros e ruivos morreram por amor (...se calhar também mataram...de desgosto).
Não casaram, foram mães de filhos de pais que não o queriam ser, casaram por amor e sem ele, casaram para fugir ao trabalho do campo e cuidaram das quintas, da terra, da vinha...até roubaram um marido a Deus, que não resistiu a uma pele branca e cabelos cor de cobre.
Esguias, altas, mas também morenas e roliças, todas elas são exemplos de valentia e prova disso é a mãe, a minha, que por vontade do destino se dedica hoje às artes, para contrariar um desejo que viu impedido quando era ainda miúda.
Aprenderam a costurar, bordar, coser e cerzir, a cozinhar e a cuidar deles, mas vestiram calças, andaram com juntas de bois, arregaçaram as mangas e disseram que não muitas vezes (outras houve...que disseram que sim). Graças a todas e a cada uma delas sou a mulher que sou, e graças a um gene forte ergo a cabeça e orgulho-me em ser mulher.
Choraram, perderam filhos, ou tiraram-nos simplesmente para não faltar mais pão às bocas que já tinham de alimentar. Usaram saia comprida, corpete e mini-saia, mas foram sempre senhoras. Lutaram e lutam ainda hoje por sonhos, passam a mensagem de que a vida é uma passagem, um pequeno legado que vamos deixar, de gene em gene, de sorriso em sorriso, de lágrima em lágrima.
Choraram, sim, muitas vezes, de alegria e outras de tristeza, muitas em silêncio, e outras em solidão, mas sempre acalentando a esperança que o dia depois de amanhã vai ser melhor, com mais um pão para comer, um filho para criar, um companheiro para manter, mas sobretudo para encher de força cada uma das gerações, com o legado do nome que um dia abdicaram por amor.
Duarte, Vasconcelos, Lourenço e Paixão, são alguns dos nomes que deixaram para trás, mas que eu carrego ainda e sempre no meu sangue! Obrigada mães, sem vocês não seria a mulher em que hoje me tornei, e por todas vós hei-de ser...um pouco mais.
Venderam fruta, fizeram contrabando de café, choraram com um filho morto nos braços, entre as águas do rio Minho, nessa altura era proibido comprar café e vendê-lo fora de fronteira. Deixaram os filhos com outros filhos, e viajaram pelas terras com os maridos, vendiam peles e castanha e feijão, e com olhos azuis e verdes, e cabelos negros e ruivos morreram por amor (...se calhar também mataram...de desgosto).
Não casaram, foram mães de filhos de pais que não o queriam ser, casaram por amor e sem ele, casaram para fugir ao trabalho do campo e cuidaram das quintas, da terra, da vinha...até roubaram um marido a Deus, que não resistiu a uma pele branca e cabelos cor de cobre.
Esguias, altas, mas também morenas e roliças, todas elas são exemplos de valentia e prova disso é a mãe, a minha, que por vontade do destino se dedica hoje às artes, para contrariar um desejo que viu impedido quando era ainda miúda.
Aprenderam a costurar, bordar, coser e cerzir, a cozinhar e a cuidar deles, mas vestiram calças, andaram com juntas de bois, arregaçaram as mangas e disseram que não muitas vezes (outras houve...que disseram que sim). Graças a todas e a cada uma delas sou a mulher que sou, e graças a um gene forte ergo a cabeça e orgulho-me em ser mulher.
Choraram, perderam filhos, ou tiraram-nos simplesmente para não faltar mais pão às bocas que já tinham de alimentar. Usaram saia comprida, corpete e mini-saia, mas foram sempre senhoras. Lutaram e lutam ainda hoje por sonhos, passam a mensagem de que a vida é uma passagem, um pequeno legado que vamos deixar, de gene em gene, de sorriso em sorriso, de lágrima em lágrima.
Choraram, sim, muitas vezes, de alegria e outras de tristeza, muitas em silêncio, e outras em solidão, mas sempre acalentando a esperança que o dia depois de amanhã vai ser melhor, com mais um pão para comer, um filho para criar, um companheiro para manter, mas sobretudo para encher de força cada uma das gerações, com o legado do nome que um dia abdicaram por amor.
Duarte, Vasconcelos, Lourenço e Paixão, são alguns dos nomes que deixaram para trás, mas que eu carrego ainda e sempre no meu sangue! Obrigada mães, sem vocês não seria a mulher em que hoje me tornei, e por todas vós hei-de ser...um pouco mais.
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